Apesar do Cold Process ser minha paixão, às vezes nos vemos obrigados a fazer sabão de outra orma, outras vezes nos sentimos seduzidos por alguma receita que vemos na net, ou até mesmo por ser um desafio fazer um outro tipo de sabão.
Até aprender realmente a fazer o Cold, apanehei muito, errei muitas receitas e por esse motivo tive que me especializar em outra técnica que é o Rebatch. De cada 3 sabões que eu fazia em Cold, 2 viravam rebatch e dessa forma acabei dominando a técnica muito bem.
A técnica do Rebatch significa refundir ou seja, derreter o sabãoe reenformar. Em poucas palavras é isso mas, se você não souber fazer direite, você produz um sabão mole, que derrete fácil e de aparência grosseira, deixa de ser aquele lindo sabão delicado que é o cold, e ainda ficam grumos de outra cor no meio da massa, isso é terrível e entrega para qualquer um que é um rebatch mal feito. Pois bem hoje posso dizer que meus rebatches são perfeitos e ninguém consegue distinguir o que é rebatch e o que é cold.
Outra técnica de saboaria é o Hot Process, este eu fiz algumas vezes mas ainda prefiro o Cold. O Hot é uma massa de cold cozida, leva-se ao banho Maria ou forno e com isso você acelera a saponificação. A vantagem é que a cura desse sabão é mais rápida e isso facilita em uma emergência ou em uma encomenda urgente mas, o hot necessita de uma maior porcentagem de óleos duros e esses óleos são responsáveis pelo ressecamento da pele e, o Hot não aceita um SF muito grande (o ideal é não colocar SF) e por esse motivo o considero um sabão menos emoliente e menos hidratante. Claro que se for feita uma receita balanceada ele fica perfeito e não faz mal nenhum à pele.
Muitas vezes fazemos cold e, na hora que se coloca a essência a massa talha, quando acontece isso a maioria das pessoas se desespera mas, se nessa hora levarmos à massa ao banho maria (transformarmos o cold em hot) ele destrava e pode ser levado à forma normalmente. Claro que não é uma técnica simples e requer habilidade, paciência e experiência para fazer isso pois se não souber fazer direito é possível queimar a essência e evaporar a mesma, ficando com um sabão cozido sem aroma. Normalmente quando se utiliza OE isso não ocorre.
O Wipped é a técnica do sabão batido. Nessa técnica utilizamos a maior parte de óleos duros e manteigas e utiliza-se uma menor quantidade de água. Normalmente as pessoas utilizam essa técnica para fazer os sabonetes artísticos (bolos, muffins, cupcakes...), ele permite ser trabalhado com saco de confeitar. Para fazer esse tipo de sabão é necessário uma batedeira e muita paciência, o único inconveniente, por ser um sabão batido, ele é aerado e sua cura leva 6 meses então é preciso se programar. O legal dele, é considerado o sabão flutuante pois se colocá-lo em uma banheira ele bóia por isso crianças adoram esse tipo de sabão.
No último mês estive estudando as Barras Glicerinadas Transparentes, em resultado lembram muito aquelas barras glicerinadas que compramos e derretemos para fazer sabonetes glicerinados, a diferença é que nas que faço não utilizo lauril ou amida sendo assim, a espumação dela é natural. É muito difícil obter uma barra completamente transparente, a primeira que fiz ficou âmbar as seguintes amarelo clarinho. Quando molhamos elas, ficam como vidro mas quando secas se tornam um pouco opacas. Outra dificuldade é fazer a barra e depois derretê-la pois o indicado é o microondas mas não gosto de colocar sabão no mesmo pois tenho medo que ele exploda (sim microondas já explodiram por causa da Soda) e, se não for bem limpo o mesmo pode enferrujar e oxidar por causa da Soda. Derreter em banho maria requer um aumento no líquido e nesse caso não pode ser água pois ela tira a transparência da barra logo, seria necessário colocar álcool (dizem que álcool e fogo não combinam, e mais uma vez não pretendo explodir minha casa ou por fogo em mim) por esse motivo derreter no fogo também não seria o indicado. Sobrou o nosso querido e amado fogareiro elétrico, esse não tem fogo e não tem risco de explodir, então agora só me falta tempo para pegar o bonitinho, picar a barra em pedaços pequenos e derreter (prometi à mim mesma que assim que a Bia deixar testarei).
Todas as barras transparentes que fiz até hoje coloquei o aroma direto no começo e já enformei, dessa forma não precisei derreter para perfumar. Fiz todas em cores naturais pois é aí que está a graça e ficaram lindas.
Outro desafio que adorei foi fazer um sabonete líquido com a Soda Cáustica (normalmente se utiliza a potassa). Após umas 3 tentativas consegui um belíssimo sabonete líquido com uma linda coloração de mel. Hoje em dia esse já ficou fácil fazer.
Em resumo esses são os processos de saponificação que costumo trabalhar.
Se alguém quiser saber um pouco mais sobre algum deles podemos conversar, fiquem à vontade.