terça-feira, 17 de maio de 2011

EIS A LOGO

Por alguns anos a Arte da Tati existiu sem uma logo e isso sempre me deixou chateada pois eu sempre quis algo que combinasse comigo e tivesse algum fundamento ou uma razão de existir.
Um dia me veio uma luz. Quando eu estava na faculdade,  “perdia”horas no metrô e ônibus indo e voltando para casa, às vezes dormia mas outras vezes ficava olhando para o nada (ler no metrô ou ônibus, só em casos de desespero absoluto pois dava enjôo).  Um dia ando pelo Shopping vi em uma loja caixinhas e mini papéis para dobradura e, nessas caixinhas vinha um papel que ensinava a fazer o Tsuru. Comprei uma para ver se conseguia fazer aquele passarinho bonitinho e consegui. Em menos de uma semana tinha feito uma caixa inteira, fiz meu pai voltar comigo na loja e comprei mais caixinhas. Aquele era meu passa-tempo no metrô e ônibus. Um dia resolvi pesquisar sobre aquela dobradura e descobri coisas lindas, não parei mais. Acabei a faculdade, fui fazer pós na Pompéia, mais longe ainda que a facul, então pensava, mais tempo de metrô para meus Tsurus.
Quando fomos casar, eu queria algo diferente então uma semana antes do meu casamento minha mãe lembrou dos Tsuruus. Lá fomos nós colar 300 Tsurus em um cartãozinho de agradecimento que seria colocado em cima do prato de cada convidado para quando eles se sentassem à mesa.
Por  todos esses motivos, quando resolvi criar a logo da Arte da Tati, concluí que, a melhor forma de representar aquilo que eu sentia e gostaria de passar para os outros, além de ter muito significado para mim é o Tsuru.
  Agora um pouco da história do Tsuru:
Tsuru é uma ave muito comum no Japão, no Brasil a conhecemos como grou. No Japão essa ave é considerada um símbolo da fortuna, felicidade, boa sorte e longevidade.
A arte do origami se inspirou nessa ave para criar uma de suas mais conhecidas formas, tanto que muitos também consideram o tsuru como o símbolo dessa arte japonesa. Até algum tempo atrás era comum encontrar no Japão pedaços de barbantes amarrados com vários desses tsurus de papel, que eram pendurados no teto para distrair os bebês ou deixados nos templos para pedir proteção.
Sobre esses tsurus de papel, criou-se a lenda que se uma pessoa fizesse mil dessas dobraduras e durante esse trabalho tivesse sempre em mente um desejo, quando completadas as mil aves de papel esse desejo se tornaria realidade. É a partir dessa lenda que surgiu uma das mais belas histórias de esperança e luta pela vida que conhecemos.
No dia 6 de agosto de 1945, ocorreu um dos mais trágicos eventos da história da humanidade: os Estados Unidos detonaram sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, a primeira bomba atômica da2ª Guerra Mundial ( 3 dias depois seria a vez da cidade japonesa de Nagasaki sofrer com um ataque nuclear).
A bomba caiu a pouco mais de 1 quilômetro da casa da menina Sadako Sasaki, que na época tinha dois anos. A mãe de Sasaki conseguiu salvá-la da explosão, no entanto, durante a fuga, as duas tomaram da chuva radioativa que caiu após o ataque
Sasaki viveu normalmente até os 12 anos de idade, quando descobriu que estava com leucemia. Em tratamento no hospital ela recebeu a visita de uma amiga que lhe contou a lenda dos mil tsurus de papel. Logo Sasaki começou a fazer as dobraduras, mentalizando sempre a sua cura, para que ao final do trabalho ela saísse do hospital livre da leucemia.
Sasaki, no entanto, não teve forças para completar os mil pássaros de papel que pretendia, tendo feito 964 tsurus até o dia 25 de outubro de 1955, quando faleceu. A notícia do esforço de Sasaki logo se espalhou pelo Japão e pelo mundo, e milhares de pessoas começaram a fazer tsurus de papel para homenagear Sasaki e iniciaram uma campanha para a construção de um monumento em Hiroshima em sua memória e das outras milhares de crianças que morreram, ficaram feridas ou estavam doentes em decorrência da bomba. O apelo popular foi atendido e em 5 de maio de 1958 foi inaugurado em Hiroshima, no Parque da Paz, o Monumento da Paz das Crianças.               
           

Nenhum comentário:

Postar um comentário