quarta-feira, 18 de maio de 2011

Testando um novo carimbo

Quando comecei a fazer cold, queria poder fazer formas deferentes, trabalhados, desenhados mas, com o tempo descobri que fazendo em formas o cold não entra na fase gel e isso às vezes pode atrapalhar a saponificação dos óleos.
                Sempre achei as barras quadradonas sem graça, tudo tinha a mesma cara, parecia sem identidade própria. Queria um soap personalizado, tentei várias vezes fazer em formas de acetato mas, as mesmas de danificavam durnte  a saponificação por causa da soda. Comprei formas de madeira de um renomado saboneteiro daqui de São Paulo mas, sempre tinha que forrar com papel manteiga (se errasse o lado do papel ele grudava no soap) e, com o tempo as formas começaram a envergar (descobri que só serviam para trabalhar com barras glicerinadas que derretemos, isso forrando as formas com saco plástico, o que deixa o sabonete marcado muitas vezes).
                Um dia pesquisando na net encotrei um site que vende formas para cold e também cortador de cortador de cold. Aproveitei e comprei uma forma e o cortador que queria há tempos. Testei a forma e à patir daí foi só conversar com meu pai. Ele muito bondoso, gastou 3 finais de semana preciosos dele e fez 7 formas grandes e 1 pequena para mim. Dessa forma, agora meus colds são todos qudrados, padronizados, tenho o tamanho banho e o tamanho facial ou de viagem.

Forma montada.














Forma desmontada










                Mas, nem tudo é perfeito!!!
                Mesmo padronizando o formato e tamanho das minhas formas, eu ainda queria mais. Então surgiu a Fê, uma amiga muito fofa e simpática que mora lá na Bahia,bem longe daqui.
                Um dia ela entrou em um grupo onde participo falando que havia feito um carimbo para ela e que tinha ficado perfeito e o melhor de tudo, o preço não era aquela fábula que cobram por aqueles carimbos de metais (não sei porque, sempre que falamos que algo é para fazer sabão ou cold o pessoal insiste em cobrar caro). Pedi para ela encomendar em 2 tamanhos pois faço dois tamanhos de sabonete e, finalmente os Clichês (esse é o nome da borrachinha dos carimbos) chegaram,
                Fazem 2 semanas que recebi os Clichês mas, a Giu estava doente e em seguida foi a Bia, isso fez com que eu ficasse afastada do meu amado caldeirão por uns tempos. Mas, a ansiedade era muito grande e como dizem minhas amigas, eu devia ter nascido de 7 meses pois gosto de tudo para ontem então hoje, muito contente lá fui eu testar meus Clichês.
                Peguei alguns colds que tinham de 15 à 20 dias, cortados à uns 10-15 dias e tentei carimbar. O resultado foi surpreendente, maravilhoso, meu carimbo ficou perfeito e a logo maravilhosa, de agora em diante, todos os meus soaps terão minha logo em baixo relevo. Para identificar meus soaps basta passar o dedo pela superfície dele e sentirão o Tsuru em baixo relevo.
                Agora posso dizer que meus soaps tem a minha cara ou seja eles tem minha personalidade, me carinho, dedicação e intensão que eu coloco em cada soap que crio. Agora meus soaps tem uma identidade!!!!!


terça-feira, 17 de maio de 2011

EIS A LOGO

Por alguns anos a Arte da Tati existiu sem uma logo e isso sempre me deixou chateada pois eu sempre quis algo que combinasse comigo e tivesse algum fundamento ou uma razão de existir.
Um dia me veio uma luz. Quando eu estava na faculdade,  “perdia”horas no metrô e ônibus indo e voltando para casa, às vezes dormia mas outras vezes ficava olhando para o nada (ler no metrô ou ônibus, só em casos de desespero absoluto pois dava enjôo).  Um dia ando pelo Shopping vi em uma loja caixinhas e mini papéis para dobradura e, nessas caixinhas vinha um papel que ensinava a fazer o Tsuru. Comprei uma para ver se conseguia fazer aquele passarinho bonitinho e consegui. Em menos de uma semana tinha feito uma caixa inteira, fiz meu pai voltar comigo na loja e comprei mais caixinhas. Aquele era meu passa-tempo no metrô e ônibus. Um dia resolvi pesquisar sobre aquela dobradura e descobri coisas lindas, não parei mais. Acabei a faculdade, fui fazer pós na Pompéia, mais longe ainda que a facul, então pensava, mais tempo de metrô para meus Tsurus.
Quando fomos casar, eu queria algo diferente então uma semana antes do meu casamento minha mãe lembrou dos Tsuruus. Lá fomos nós colar 300 Tsurus em um cartãozinho de agradecimento que seria colocado em cima do prato de cada convidado para quando eles se sentassem à mesa.
Por  todos esses motivos, quando resolvi criar a logo da Arte da Tati, concluí que, a melhor forma de representar aquilo que eu sentia e gostaria de passar para os outros, além de ter muito significado para mim é o Tsuru.
  Agora um pouco da história do Tsuru:
Tsuru é uma ave muito comum no Japão, no Brasil a conhecemos como grou. No Japão essa ave é considerada um símbolo da fortuna, felicidade, boa sorte e longevidade.
A arte do origami se inspirou nessa ave para criar uma de suas mais conhecidas formas, tanto que muitos também consideram o tsuru como o símbolo dessa arte japonesa. Até algum tempo atrás era comum encontrar no Japão pedaços de barbantes amarrados com vários desses tsurus de papel, que eram pendurados no teto para distrair os bebês ou deixados nos templos para pedir proteção.
Sobre esses tsurus de papel, criou-se a lenda que se uma pessoa fizesse mil dessas dobraduras e durante esse trabalho tivesse sempre em mente um desejo, quando completadas as mil aves de papel esse desejo se tornaria realidade. É a partir dessa lenda que surgiu uma das mais belas histórias de esperança e luta pela vida que conhecemos.
No dia 6 de agosto de 1945, ocorreu um dos mais trágicos eventos da história da humanidade: os Estados Unidos detonaram sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, a primeira bomba atômica da2ª Guerra Mundial ( 3 dias depois seria a vez da cidade japonesa de Nagasaki sofrer com um ataque nuclear).
A bomba caiu a pouco mais de 1 quilômetro da casa da menina Sadako Sasaki, que na época tinha dois anos. A mãe de Sasaki conseguiu salvá-la da explosão, no entanto, durante a fuga, as duas tomaram da chuva radioativa que caiu após o ataque
Sasaki viveu normalmente até os 12 anos de idade, quando descobriu que estava com leucemia. Em tratamento no hospital ela recebeu a visita de uma amiga que lhe contou a lenda dos mil tsurus de papel. Logo Sasaki começou a fazer as dobraduras, mentalizando sempre a sua cura, para que ao final do trabalho ela saísse do hospital livre da leucemia.
Sasaki, no entanto, não teve forças para completar os mil pássaros de papel que pretendia, tendo feito 964 tsurus até o dia 25 de outubro de 1955, quando faleceu. A notícia do esforço de Sasaki logo se espalhou pelo Japão e pelo mundo, e milhares de pessoas começaram a fazer tsurus de papel para homenagear Sasaki e iniciaram uma campanha para a construção de um monumento em Hiroshima em sua memória e das outras milhares de crianças que morreram, ficaram feridas ou estavam doentes em decorrência da bomba. O apelo popular foi atendido e em 5 de maio de 1958 foi inaugurado em Hiroshima, no Parque da Paz, o Monumento da Paz das Crianças.               
           

terça-feira, 10 de maio de 2011

Outras formas de fazer sabão

Apesar do Cold Process ser minha paixão, às vezes nos vemos obrigados a fazer sabão de outra orma, outras vezes nos sentimos seduzidos por alguma receita que vemos na net, ou até mesmo por ser um desafio fazer um outro tipo de sabão.
Até aprender realmente a fazer o Cold, apanehei muito, errei muitas receitas e por esse motivo tive que me especializar em outra técnica que é o Rebatch.  De cada 3 sabões que eu fazia em Cold, 2 viravam rebatch e dessa forma acabei dominando a técnica muito bem.
A técnica do Rebatch significa refundir ou seja, derreter o sabãoe reenformar. Em  poucas palavras é isso mas, se você não souber fazer direite, você produz um sabão mole, que derrete fácil e de aparência grosseira, deixa de ser aquele lindo sabão delicado que é o cold, e ainda ficam grumos de outra cor no meio da massa, isso é terrível e entrega para qualquer um que é um rebatch mal feito. Pois bem hoje posso dizer que meus rebatches são perfeitos e ninguém consegue distinguir o que é rebatch e o que é cold.
Outra técnica de saboaria é o Hot Process, este eu fiz algumas vezes mas ainda prefiro o Cold. O Hot é uma massa de cold cozida, leva-se ao banho Maria ou forno e com isso você acelera a saponificação. A vantagem é que a cura desse sabão é mais rápida e isso facilita em uma emergência ou em uma encomenda urgente mas, o hot necessita de uma maior porcentagem de óleos duros e esses óleos são responsáveis pelo ressecamento da pele e, o Hot não aceita um SF muito grande (o ideal é não colocar SF) e por esse motivo o considero um sabão menos emoliente e menos hidratante. Claro que se for feita uma receita balanceada ele fica perfeito e não faz mal nenhum à pele.
Muitas vezes fazemos cold e, na hora que se coloca a essência a massa talha, quando acontece isso a maioria das pessoas se desespera mas, se nessa hora levarmos à massa ao banho maria (transformarmos o cold em hot) ele destrava e pode ser levado à forma normalmente. Claro que não é uma técnica simples e requer habilidade, paciência e experiência para fazer isso pois se não souber fazer direito é possível queimar a essência e evaporar a mesma, ficando com um sabão cozido sem aroma. Normalmente quando se utiliza OE isso não ocorre.
O Wipped é a técnica do sabão batido. Nessa técnica utilizamos a maior parte de óleos duros e manteigas e utiliza-se uma menor quantidade de água.  Normalmente as pessoas utilizam essa técnica para fazer os sabonetes artísticos (bolos, muffins, cupcakes...), ele permite ser trabalhado com saco de confeitar. Para fazer esse tipo de sabão é necessário uma batedeira e muita paciência, o único inconveniente, por ser um sabão batido, ele é aerado e sua cura leva 6 meses então é preciso se programar. O legal dele, é considerado o sabão flutuante pois se colocá-lo em uma banheira ele bóia por isso crianças adoram esse tipo de sabão.
No último mês estive estudando as Barras Glicerinadas Transparentes,  em resultado lembram muito aquelas barras glicerinadas que compramos e derretemos para fazer sabonetes glicerinados, a diferença é que nas que faço não utilizo lauril ou amida sendo assim, a espumação dela é natural. É muito difícil obter uma barra completamente transparente, a primeira que fiz ficou âmbar as seguintes amarelo clarinho. Quando molhamos elas, ficam como vidro mas quando secas se tornam um pouco opacas. Outra dificuldade é fazer a barra e depois derretê-la pois o indicado é o microondas mas não gosto de colocar sabão no mesmo pois tenho medo que ele exploda (sim microondas já explodiram por causa da Soda) e, se não for bem limpo o mesmo pode enferrujar e oxidar por causa da Soda. Derreter em banho maria requer um aumento no líquido e nesse caso não pode ser água pois ela tira a transparência da barra logo, seria necessário colocar álcool (dizem que álcool e fogo não combinam, e mais uma vez não pretendo explodir minha casa ou por fogo em mim) por esse motivo derreter no fogo também não seria o indicado. Sobrou o nosso querido e amado fogareiro elétrico, esse não tem fogo e não tem risco de explodir, então agora só me falta tempo para pegar o bonitinho, picar a barra em pedaços pequenos e derreter (prometi à mim mesma que assim que a Bia deixar testarei).
Todas as barras transparentes que fiz até hoje coloquei o aroma direto no começo e já enformei, dessa forma não precisei derreter para perfumar. Fiz todas em cores naturais pois é aí que está a graça e ficaram lindas.
Outro desafio que adorei foi fazer um sabonete líquido com a Soda Cáustica (normalmente se utiliza a potassa).  Após umas 3 tentativas consegui  um belíssimo sabonete líquido com uma linda coloração de mel. Hoje em dia esse já ficou fácil fazer.
Em resumo esses são os processos de saponificação que costumo trabalhar.
Se alguém quiser saber um pouco mais sobre algum deles podemos conversar, fiquem à vontade.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O Cold Process

               Existem muitas formas de se definir e explicar o que é o Cold Process  mas, preferi definí-lo de uma forma simples e com as minhas próprias palavras.
                O Cold Process é o processo de saponificação de óleos feito à frio. Para isso é preciso ter muita responsabilidade pois para a saponificação é preciso utilizar Soda Cáustica por tanto sempre faça com segurança e responsabilidade.
Primeiramente é necessário criar uma base com óleos que prezem a dureza, espumação, emolliência, limpeza e hidratação (não ressecamento) da pele. Após elaborada essa base, é necessário calcular a quantidade de água e de Soda que serão necessárias para a saponificação desses óleos. Quando o cálculo é feito corretamente, não há sobra de Soda e temos certeza que durante a saponificação não sobrará soda livre, dessa forma fazemos um sabão equilibrado e que é benéfico para a pele.
Definida a base do sabão, partimos para o SF (super fatting). O SF nada mais é que o enriquecimento do sabão, é a hora em que acrescentamos as propriedades ao nosso sabão, dessa forma fazendo com que ele seja mais específico para um tipo de pele ou para algo em especial. Nessa hora acrescentamos óleos, manteigas, argilas entre outras coisas possíveis.
O último passo é a definição do aroma e coloração (algumas pessoas parte daí e em cima do aroma criam o sabão), alguns colds eu aromatizo com OE (óleos essenciais) outros com essências (hoje em dia temos essências muito boas). Já a coloração do cold pode ser feita de várias formas dentre elas: corantes, pigmentos naturais, argilas, tinturas, chás, ervas em pó... tudo depende do seu objetivo.
Após tudo isso pensado, bem calculado e se paramentar com todos os materiais de segurança, é hora de começar a fazer o Cold. É sempre muito bom criar mas é melhor ainda ver sua criação pronta na forma, desenformá-la e cortar. E o melhor de tudo, passado o tempo de cura poder usufruir de tudo que criou e ver outras pessoas usufruindo e gostando do seu trabalho.
O Cold Process bem como Hot Process, Wipped, e todos os outros processos de saponificação são uma paixão que a cada dia que se conhece apaixona-se mais por ele.
Só quem experimenta um cold sabe o que é utilizar um sabonete natural, feito de forma artesanal. E garanto que após experimentarem nunca mais conseguirão comprar um sabonete em mercado.